As Pedras Rolam a toda em Rolling Stones – Shine a Light

A produção, dirigida por Martin Scorcese, leva ao delírio os fãs da banda, dos mais novos aos contemporâneos sessentões. A fita fica em exibição até hoje8/05

 

Por Flávio Augusto

 

Assistir a Rolling Stones – Shine a Light é estupefaciente. Por mais estranha que a palavra seja, ela é a que melhor define a produção. Embasbacado, você vê e ouve duas incríveis horas de puro rock’n roll com os Stones e, ao final do show, a vontade que dá é de repetir a dose.

                A montagem comandada por Martin Scorcese é corretíssima. O diretor até aparece em algumas cenas impagáveis no começo do filme, como na passagem em que tenta resolver o problema de como não torrar Mick Jagger embaixo de um refletor e, ao mesmo tempo, garantir o efeito indispensável que a luz traria ao vocalista.

Contudo, em nenhum momento Scorcese tenta se sobressair aos roqueiros sessentões. O show fica, literalmente, por conta dos Stones. Desde o começo arrasador com Mick cantando Jumping Jack Flash, até a bem-humorada passagem entre Keith Richards e Ron Wood, o filme não deixa os olhos se desviarem da telona e nem os pés pararem de bater no chão freneticamente.

Rolling Stones – Shine a Light é, na verdade, uma mescla entre dois shows realizados em Nova Iorque em 2006 e antigas entrevistas da banda. Dessa forma, aos poucos e através da personalidade de cada integrante, a história do grupo é contada.

Em uma das entrevistas, Mick é questionado se pensava que conseguiria fazer tudo o que fazia na época (então com 25 anos) ao chegar à casa dos 60. Sem hesitar, ele responde: “facilmente”. E é isso o que fica comprovado no palco. O rebolado provocador, os gritos histéricos, o fôlego inesgotável: a performance de Mick é fenomenal (em “Simpathy for the Devil”, chega a ser apoteótica).

Com a permissão do exagero, já que se fala em Stones, pode-se dizer que depois de ver Mick, Keith, Ron e Charlie, qualquer marmanjo deseja chegar aos 60 anos, senão com o mesmo dinheiro ou sucesso profissional da banda, ao menos com o mesmo fôlego desses roqueiros incansáveis.

 

Serviço – Rolling Stones – Shine a Light fica em cartaz no Cine Com-Tour UEL até esta quinta-feira (8/05). O preço da entrada é R$ 8,00, mas estudantes e aposentados, com devida apresentação de documentos, pagam meia-entrada. O frio não pode, de modo algum, ser desculpa pra não ver as pedras rolarem na telona.

 

Dia das Mães gera boa expectativa de vendas

Por Marina Ferezim

 

O Dia das Mães é uma excelente época de vendas para o comércio, especialmente para os setores de eletrodomésticos e roupas. O volume total das vendas no Dia das Mães só perde para o do Natal, época do ano em que o comércio mais lucra.

São poucas as pessoas que não pretendem dar, pelo menos, uma lembrancinha para sua mãe e as expectativas para 2008 são de ótimas vendas. O comerciante Wilson Lopes é dono de uma loja de roupas no centro de Londrina e este ano pretende vender “mais que no ano passado”.

Segundo ele, o clima é um dos motivos para essa boa expectativa. Wilson explica que os estoques de sua loja estão lotados com roupas de inverno e o frio que está fazendo na cidade tem ajudado bastante. “Época de esfriar, tem que esfriar”, conta. E, com esse atípico frio para o começo de maio, as probabilidades só podem ser boas.

Academia do mestre Miguel: o reduto do Boxe em Londrina

Esporte que já foi marginalizado, agora é a opção de universitários, médicos, engenheiros e advogados em busca de melhor condicionamento físico

Por Mariana Fabre

Quando se fala em boxe, normalmente as primeiras imagens que se têm são de Rock Balboa. Cenas do lutador subindo a escadaria do museu de arte da Filadélfia ou erguendo os braços após mais uma vitória foram imortalizadas nas telas de cinema. Mas, na vida real, vencer como atleta de boxe não é tão fácil assim, principalmente no Brasil. A falta de incentivo ao esporte faz com que muitos atletas nem cheguem ao boxe profissional.

Em Londrina, a única academia especializada em boxe é comandada pelo treinador Miguel de Oliveira. O mestre Miguel, como é chamado pelos alunos, começou a lutar boxe no final da década de 50 e há 40anos atua do lado de fora dos ringues preparando atletas para a luta.

Segundo o treinador, a rotina da maioria dos atletas de boxe é muito difícil, pois eles têm que dividir o tempo entre trabalho, estudos e treino. Entretanto, as dificuldades não impediram que Edílson Pereira vencesse no boxe. Além de ser o atual campeão brasileiro na modalidade amador, o atleta também se formou em Educação Física e hoje trabalha como auxiliar técnico na academia, onde deu seus primeiros socos. A rotina de Edílson está inteiramente ligada ao esporte que ama. Ele conta que trabalha como auxiliar na academia do mestre Miguel no período da manhã, à tarde sobe no ringue para treinar e, à noite, ainda dá aula de boxe em outras academias esportivas da cidade.

A academia comandada por Miguel de Oliveira ainda fica no pequeno ginásio fundado na década de 80, embaixo da arquibancada do Estádio Vitorino Gonçalves Dias. Mas, se o local de treinamento continua o mesmo, a popularidade do esporte mudou muito desde então: atualmente, Miguel treina 200 pessoas em sua academia.

Mestre Miguel relata que não foi só a popularidade do esporte que mudou, mas também o perfil de quem treina boxe. Se antes o esporte era marginalizado, hoje em dia é praticado por médicos, engenheiros, advogados e muitos universitários. No entanto, esses novos adeptos do boxe nem sempre almejam a carreira profissional. A maioria deles encontra no esporte uma forma de melhorar o preparo físico. Miguel de Oliveira explica que para ser boxeador é preciso ter muita dedicação. “Para ser lutador de boxe são necessários 5 esses: Saúde, porque quem não tem saúde não consegue praticar esporte; Sabedoria, porque um burro não aprende boxe; Soco, que precisa ser forte; Saco, que é a fibra inquebrantável; e Sorte, sem a qual a gente não consegue nada”, finaliza o treinador.